Novo órgão, que não tem poder de decisão, recomenda que toques ocorridos após desvio no próprio corpo do jogador não sejam marcados
Na primeira reunião do Comitê de Futebol da Uefa, o grupo formado por treinadores e ex-jogadores de renome na Europa pediu mais clareza na regra sobre a mão na bola.
A principal sugestão é de que o toque de mão ocorrido após desvio da bola no corpo do próprio jogador não seja marcado, especialmente se o lance não originar uma chance clara de gol.
O comitê, formado recentemente pela Uefa, não tem poder de decisão, e trabalha como um observador independente do jogo, remetendo suas sugestões ao Comitê Executivo da entidade.
– É bom ver rostos familiares e juntar experiências na mesma sala, abrindo discussão sobre os problemas mais críticos do futebol. Muitos de nós fomos adversários em campo, mas agora estamos juntos para a ajudar e proteger o que é mais precioso para nós, o próprio jogo – afirmou o ex-zagueiro italiano Paolo Maldini.
Participaram da reunião inaugural 18 dos 24 membros do comitê, que conta com nomes como Zinedine Zidane, Fabio Cabello, Paolo Maldini, Luis Figo, Jürgen Klinsmann, Ronald Koeman e Patrick Vieira. O único não europeu do grupo é o ex-lateral argentino Javier Zanetti. Os técnicos Carlo Ancelotti, do Real Madrid, e José Mourinho, da Roma, também fazem parte do comitê, mas não participaram da primeira reunião.
Outro ponto discutido foi a questão disciplinar envolvendo o toque na mão. O comitê entende que a Uefa deveria levar à International Board, órgão que regula o futebol mundial, uma sugestão de emenda à regra número 12 do jogo, que recomenda a expulsão do jogador que impedir com a mão ou com o braço um gol ou uma oportunidade clara de marcar.
Para o comitê, jogadores só devem ser expulsos nesta situação quando o toque for intencional. Em casos de toque na mão involuntário, a recomendação é de cartão amarelo.
Outro assunto abordado pelos membros do Comitê de Futebol da Uefa foi a atuação do árbitros europeus. Os treinadores e ex-jogadores reunidos em Nyon, sede da Uefa, elogiaram a arbitragem da Uefa, especialmente nos jogos da Champions League, e recomendaram que os mesmos parâmetros de atuação devem ser levados às competições nacionais dos países europeus.
O comitê também acredita que os árbitros devem ser mais severos em casos de tentativa de manipulação, punindo jogadores por comportamento antidesportivo, especialmente nas tentativas de enganar a arbitragem fingindo contusão ou simulando uma falta.